
Parte5... Aquele gringo, sorridente e gozador, logo cativou a simpatia do grupo. Tinha histórias pra contar. Havia morado e aprendido a surfar na Califórnia do pós-guerra, freqüentado lugares como San Onofre e Malibu, conhecido caras como Tom Zahn e Joe Quigg. Antes de chegar em Wavetoon, havia estado também no Brasil, junto com os pioneiros de lá, Paulo Preguiça, Arduíno Colassanti e Irencyr Beltrão. Além disso, tinha viajado por muitos lugares, e surfado sozinho muitas ondas. Era a primeira vez que os pioneiros daqui, tinham contato com um surfista de fora. Tudo que eles sabiam e fizeram em relação ao surf até aquele dia, foi com um mínimo de informação e total intuição e atitude. Vito começava a apresentar-lhes um mundo totalmente novo, a começar por sua prancha. Feita de uma madeira muito mais leve, com um design totalmente diferente e revestida, com uma resina transparente. Aquilo era uma visão nunca antes sonhada. O que mais chamou atenção de todos, entretanto, foi àquela barbatana na parte de baixo da prancha. Vito disse que aquilo se chamava quilha. Tuco, foi o primeiro a experimentar a prancha. Concentrados na arrebentação, o silêncio tomou conta do grupo, e assim que ele cavou e colocou a bóia na parede da onda, todos entenderam a utilidade da barbatana. Os olhares de Vito e Vitória (irmã de Lobo), cruzaram-se e o gringo sentiu, no fundo do coração, que ia acabar ficando muito tempo por aqui. Até aquele dia, o surf dos garotos se resumia a deslizar reto numa ondulação, dali pra frente tudo mudou! Continua...
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