21 agosto 2007

Capitulo 6 - A última onda. Como foi contado por Tuco.

Capítulo 5... Do ponto onde estávamos, a ilha grande ficava a nossa direita e era tentador remar em direção a ela encurtando o percurso. Entretanto as séries entravam paralelas ao nosso rumo e isso tornava muito perigoso tentar realizar este atalho. Começamos a perceber, que remávamos arriscadamente na linha da arrebentação, e que, se uma série maior chegasse, poderíamos ficar numa situação bem complicada. O período entre elas era relativamente longo, mas num mar com aquelas dimensões nossa relação de espaço e tempo estava totalmente alterada. Assim tínhamos duas alternativas; remar até o continente ou pegar uma onda. A segunda hipótese, para mim, estava totalmente descartada. O frio, o cansaço, a tarde caindo no horizonte, e a tensão a cada série que entrava, ia minando a nossa esperança de aquilo tudo acabar bem. Quase não conversávamos, apenas trocávamos olhares durante breves momentos, a buscar no rosto do companheiro a força para continuar, sabendo que iríamos compartilhar a memória daqueles momentos pelo resto das nossas vidas. Com o queixo apoiado sobre a prancha, remávamos como autômatos em direção ao continente. Sem percebermos, nos aproximamos perigosamente da Ilha Grande, guiados unicamente por nosso instinto de sobrevivência. Falei para o Lobo que remássemos mais para fora na direção das séries, ele disse que não, que onde estávamos parecia bem. Lobo tinha muita mais coragem e experiência que eu. Ele parecia seguro e calmo. Isso me fez pensar que eu estava exagerando nas precauções e entrando em desespero, mas... mesmo assim remei pra fora. Entrei uns cinqüenta metros, mas continuamos, agora distantes, remando lado a lado em direção ao continente...segue

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