
Capítulo 17... Quando a sessão terminou, apagaram-se as luzes e a galera foi saindo lentamente. Calados, com o olhar distante, talvez focado no futuro, um a um, foi deixando o salão paroquial em direção ao Hang-Ten, o bar do Boca, que fica até hoje na avenida Beira-Mar. Uma melancólica sensação de estar vivendo no passado tomou conta da maioria. O filme mostrava o futuro, suas possibilidades e desafios. Depois de vê-lo, todo mundo queria estar lá. Assim, gradativamente, os longboard foram sendo trocados pelos novos foguetes, que agora começavam a ser shapeados por Rica que assumira a oficina de Lobo. Consequentemente, as novas pranchas instigavam a busca de ondas mais desafiadoras, e assim a galera começou a debandar de El Faro, até então a onda perfeita, na busca de algo mais rápido e tubular. Nesta mesma época, no meio da Praia Grande, iniciava-se uma obra que começou a chamar a atenção de todos que passavam por ali. Grande movimentação de areia, máquinas enormes, fumaça e barulho. Dia e noite, incansavelmente, homens e máquinas iam cravando pilares de concreto na direção da arrebentação. A população não estava gostando nada aquilo. Era uma agressão à paisagem colocar uma coisa daquelas numa praia tão bonita. Diziam. - Poluição visual, Absurdo! A indignação era tanta, que até fizeram um movimento para interditar a construção. Não adiantou. Depois de quase um ano o Píer estava finalizado. Seria uma estrutura de lazer com lojas, bares e pescaria, mas devido a indignação de todos, o local não vingou comercialmente e foi naturalmente abandonado. Ninguém mais pegava praia por ali. A área ficou cercada de dunas devido a grande movimentação de areia feita durante a obra. Tornou-se um buraco negro na orla da Praia Grande. Mas, alguns caras mais observadores...segue
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