04 setembro 2007

Capitulo 8 - A última onda. Como foi contado por Tuco.

Capítulo 7... - Então meu camarada, a coisa tá pesada hein? Cê tem noção do tamanho dessas ondas? - disse Lobo como se estivesse testando minha coragem. - Cara, se uma dessas quebrar em cima da gente...não sei não...10 metros...sei lá perdi a noção, respondi meio confuso e ao mesmo tempo apavorado com a situação em que nos encontrávamos. A noite começava a cair e as séries continuavam a bombar. Lobo tinha o olhar vidrado, parecia calmo e até mesmo à vontade. Retomamos a remada, juntos na direção do continente. Quando passávamos pela ponta da Ilha Grande, Lobo abriu novamente em direção à ilha. Eu gritei pra ele voltar. Disse-me que não, que deveríamos tentar sair por onde entramos, ou seja, Tiburones. - Eu sei o que estou fazendo! - É a nossa única chance. Falou e continuou remando para o inside. O cara recém tinha passado um sufoco e insistia em arriscar-se novamente. Eu estava indeciso porque de certa maneira Lobo tinha razão em tentar sair. A noite estava chegando e num mar daquele tamanho nossas chances iriam diminuir bastante. Resolvi segui-lo a uma certa distância. Quando chegamos próximos a arrebentação de Tiburones, comecei a ouvir o rugido das ondulações que passavam por nós e despencavam sobre a bancada de pedra. Era assustador. Lobo estava próximo do line-up e parecia estar tentando pegar uma onda. Enquanto eu passava pelo topo do que parecia a última de uma série, olhei para baixo e pude vê-lo remando para tentar pega-la. Dei mais algumas braçadas para dentro e então voltei a olhar para traz. Vi a enorme ondulação quebrando e, entre a névoa formada pelo terral, a prancha do Lobo voando. Uma prancha que pesava quase 18 quilos, num mar daquelas dimensões parecia uma folha ao vento. Girava no ar e ia sendo empurrada lateralmente pelo vento, para bem longe de onde nos encontrava-mos. Voltei meu olhar para o line-up em busca do meu amigo... segue

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