16 janeiro 2008

Jonas Dulong

Jonas saindo de uma sessão clássica no Píer.

Parece comigo? Pois este é o meu velho! Nasceu em 1943, em um chalé da praia grande. Desde pequeno freqüentou a arrebentação levado por seu pai, mas só foi descobrir o surf quando Lobo e os pioneiros começaram a surfar na Praia Grande na década de 50. Junto com seus amigos, Jonas ficava observando aqueles garotos mais velhos se divertindo e logo deu um jeito de arranjar um madeiritte para poder participar da turma.
O cara tinha um talento inato e logo começou a destacar-se pela fluidez e harmonia de seu surf. Jonas fez escola nos anos setenta no Píer da praia Grande e foi um dos primeiros a migrar do longboard para as mini-model. Muita gente em Wavetoon copiou o seu jeito de pegar ondas. Surfar bem para ele significava ter estilo, fazer cada manobra com perfeição. Acreditava que devia haver um alinhamento perfeito de todas as partes do corpo em relação à onda para se ter um surf bonito. Foi Jonas que trouxe para Wavetoon a “Escola do Envolvimento” de Bob McTavish, Nat Young e George Greenough. A idéia era, andar mais intensamente por dentro e próximo à crista da onda sem perder velocidade e aproveitando todas as possibilidades. No fim dos anos setenta ele levou-me ao Hawaii. Foi a minha primeira vez no paraíso, meu pai queria que eu tivesse contato com as ilhas e o com o espírito Aloha que ele tanto admirava. Infelizmente a viagem foi trágica e demorei muitos anos para conseguir voltar à Oahu. Num dia clássico na baía de Waimea, com 30’plus, assisti do alto do morro, meu pai dropar a maior da série. Ele remou com determinação numa enorme direita, perfeita e lisa. Começou a descer a onda lateralmente, estava relaxado, parecendo ter o domínio total da situação. Foi então que o inesperado aconteceu; uma seção à sua frente fechou e ele foi apanhado pelo lip desaparecendo na espuma. Atrás desta onda uma série enorme entrou fechando a baía. Depois disto, nunca mais vi meu pai...

Um comentário:

Ana Maria Santeiro disse...

Oi, George,

Havia lido a história do Jonas Dulong mas não havia conectado com você. Com certeza foi uma experiência muito doldorosa, sobrtudo pela ausência do corpo.

Mas estou querendo falar com você. Me mande seu telefone. Se tiver Skype, me avisa pelo e-mail

O blog está muito bacana.
Abraço,
Ana Santeiro