27 fevereiro 2008

CANDICE - capítulo 05


voltar ao capítulo 4 - Cara, se você não quiser levar um tiro, fica quietinho aí enquanto vamos embora!
- Não saia da barraca em menos de meia hora!
Falou com uma voz derretida e suave puxando para baixo o fecho da barraca e assim ia fechando a cena, enquanto eu, com o canto do olho, assistia Margô afastar-se com a minha outra prancha embaixo de um braço, e mais um monte de coisas no outro.
Ouvindo seus passos e suas vozes, percebi que elas iam na direção do mar. O silêncio voltou. Fiquei pensando de onde vieram ou o que faziam por ali. Durante uns dez minutos só ouvi os grilos e o barulho do mar. Nada delas.

– TRRRRRRRRRATATATATA!!! – um motor?? Parece o barulho de um motor, pensei.
Arrisquei. Arrastando-me até a porta da barraca, abri um pedacinho do fecho ainda em tempo de vê-las sumindo na escuridão do mar, em um bote inflável com motor de popa.
Uma delas ia iluminando o caminho com a minha lanterna. Saí pra rua e fiquei acompanhando o percurso do bote até o barulho cessar e a luz desaparecer. A lua tinha sumido atrás de umas nuvens pesadas. A escuridão tomou conta de tudo.
Da minha alma também.
Cara...fiquei bem deprimido! Resolvi fazer um levantamento das perdas, mas a escuridão era total. Neste momento, o clarão de um raio seguido uma trovoada fez o céu desabar numa chuva pesada, só me restava dormir. Entrei na barraca e desmaiei, não tinha mais nada a perder.
continua...

Um comentário:

MaiNe disse...

Com certeza ele ainda vai cruzar com essas duas... E tomara que elas estejam numa pior... Ai quem sabe elas aprendem que o mundo da voltas, muuuitas voltas!!