
Saí do mar acabado, para a alegria do Rato que veio ao meu encontro fazendo a maior festa, mas a minha cabeça e a minha barriga só pensavam na feijoada que eu tinha encontrado sobre o fogão. Saciado pelo surf de alto nível fui aos poucos voltando a conectar-me com a realidade do meu entorno. Um tipo de percepção diferente me trazia para o momento presente. Enquanto caminhava meio zonzo em direção a casa, o Rato me cutucava por todos os lados fazendo sempre questão de marcar sua presença. Comecei a olhar com atenção para ele, para a sua alegria, para aquele lugar maravilhoso, para aquela casa na minha frente e fui tomando consciência da situação surreal na qual eu me encontrava, como se estivesse saindo de um estado onírico e acordando em lugar desconhecido. Fiquei lembrando da noite anterior, do assalto, e de todo o trabalho pra chegar até ali e tentar resgatar as minhas coisas. Logo, a imagem daquelas garotas que eu nem mesmo havia visto o rosto, entraram no meu fluxo de pensamentos.
As Garotas! Lembrei delas.
Onde estariam as garotas? Que maluco deixaria uma panela no fogo e desapareceria?
Uma situação bem estranha.
Minha barriga roncou me trazendo novamente para momento presente. Parei no degrau da soleira e olhei para o mar. Uma série irretocável quebrou solitária no canto do morro. O sol morno abraçava o meu corpo e o meu espírito estava em paz.
Fodam-se as garotas! Pensei.
Colhi umas bananas na lateral da casa, entrei, preparei um arroz e comi a melhor feijoada da minha vida. continua...
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