01 julho 2008

CANDICE - capítulo 19


leia os capítulos anteriores - Sabendo através do diário, que as garotas levariam mais ou menos uma semana para ir e voltar à Wavetoon, decidi ficar por ali mesmo e tentar achar a grana roubada. “Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão” disse pra mim mesmo sem muita convicção e confesso, até com um pouco de vergonha. Mas na realidade eu já estava decidido a botar a mão nessa grana e dar uma virada na minha vida.

Mesmo com a escuridão lá fora, resolvi pegar o bote inflável ir até o continente buscar a minha comida. Elas não encontraram os meus mantimentos quando me assaltaram, porque estavam dentro de um isopor embaixo do carro. Pensei em protegê-los do sol. Sorte minha, lá, eu tinha comida suficiente para ficar aqui por mais de uma semana.
Peguei as minhas coisas, e meio zonzo, com a barriga roncando, segui em direção à pequena baía virada para o continente. Enquanto caminhava pela trilha, meu amigo Rato pulava incessantemente no facho da lanterna, feliz, sorrindo e com a língua de fora. Grande figura o Rato. Sempre fico impressionado com a capacidade destes caras, de serem incondicionais, de se entregarem totalmente as situações e as pessoas, de tornarem a vida mais leve a sua volta. A gente tem muito a aprender com eles.

Chegando à prainha, coloquei minhas coisas no bote e empurrei-o até a água, chamei o Rato para dentro, puxei a corda do arranque e na primeira tentativa o ruído do motor invadiu a noite. Naquele momento, a lembrança do tubarão que me cercou quando vim para a ilha, invadiu meus pensamentos. Agarrado no leme e com um nó na barriga, acelerei rumo à escuridão do mar... segue

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