
leia os capítulos anteriores -Estava tudo lá, intocado, foi só descer e pegar. Não me demorei muito e logo voltei para o bote. Liguei o motor e segui novamente para a ilha, agora com comida suficiente, com o resto das minhas coisas e bastante tempo para procurar a grana. Quando depois de quase duas horas cheguei à casinha, preparei uma bela macarronada e adormeci exausto no pequeno sofá da sala.
Acordei assustado, com o Rato lambendo meu rosto e latindo freneticamente em direção a rua. A luz do sol nascendo lá fora tingia a sala de vermelho, e um calor agradavelmente seco, acolhia meu corpo, resfriado pelo vento noturno que invadiu a casa pela porta da frente que não me preocupei em fechar.
Saltei do sofá e o Rato imediatamente correu para rua, ficou lá, latindo e me olhando como se estivesse querendo mostrar-me algo. Saí à porta e assim que ele me viu começou a correr pela praia em direção ao canto sul. Intrigado, resolvi ir atrás dele. De tempos em tempos parava e certificava-se que eu o estava seguindo, dava uns dois ou três latidos e continuava correndo. Continuamos no trote por uns dez minutos, passamos pelo canto sul da “praia da casa” e Rato enveredou por umas trilhas no mato. Eu estava meio perdido, mas sabia que íamos, na direção do sul da ilha.
Depois de vários sobe e desce, viradas a direita e esquerda chegamos a uma trilha reta que dava no fim do mato. De dentro do túnel verde eu podia ver o horizonte e conforme ia me aproximando da clareira, linhas azuis, límpidas e paralelas atravessavam a minha visão. Hipnotizaram meu olhar. Acelerei o passo para descortinar de uma vez, aquilo que a minha imaginação já supunha.
Na panorâmica que abriu-se a minha frente, um point-break de pedras, alinhava direitas perfeitas com mais de um metro e meio sobre uma bancada rasa e perigosa.
Que bicho safado! Ele sabia que estava dando ondas e me trouxe até aqui. Não acredito!
O Rato sorria com a língua de fora e dava saltos no ar tentando chamar a atenção. Seguiu correndo na direção da ponta de pedras e continuou latindo como se tivesse algo mais a me mostrar. Eu neste momento só tinha na cabeça uma ação; buscar a minha prancha...continua
2 comentários:
Cara muito bom, muito bom mesmo, faz 1 ano que não surfo e a cada linha que vc escreve posso sentir a energia do surf fluindo em minha mente, suas histórias estão sendo a forma encontrada por mim, para sentir novamente oque é surfar.
Um grande abraço de seu grande adimirador REPOLHO, de Curitiba/PR
Pô Repolho, muito obrigado!!! Fiquei amarradão com o seu comentário.Já que não esta podendo surfar te mando um link para o poema do Gustavo Otto.
http://wavetoon.blogspot.com/2008/04/segunda-feira-maneira_28.html
Talvez sirva de consolo!
Abraço e Aloha!!
George
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