17 julho 2007

Capítulo 2 – A última onda. Como foi contado por Tuco.

Tuco e Lobo a caminho do sul da ilha.

introdução... Até o começo dos anos 60, surfar o sul da ilha quando o mar estava grande era um feito praticamente impossível. Com a chegada de U’Paka Halolo, tudo mudou. Com ele veio o design das pranchas que tornavam isso possível e o conhecimento para cair neste tipo de mar. Mesmo assim poucos de nós aventuravam-se por lá durante esta década. Naquele dia, estávamos em El Faro. Sentado junto ao balcão, eu conversava com Lobo enquanto ele atendia no caixa da cantina. Enquanto o papo rolava, observávamos pela janela, o enorme swell de sul que passava de lado pelo pelo point break. Quando o relógio marcou treze horas, o vento parou. Em poucos minutos virou para uma brisa de nordeste. Isso é terral no sul da ilha. Sabíamos que por lá, a partir deste momento, as ondas estariam grandes e perfeitas. Nessa época Lobo era sócio de Vito na Cantina El Faro. Havia um pacto entre eles, de se alternarem no atendimento em dias de bom surf. Entretanto, naquele domingo o lugar estava lotado, e ainda havia pessoas esperando por uma mesa no lado de fora. Fomos tomados por aquele conhecido sentimento de que, a cada minuto que passava perdíamos uma onda. Lobo tinha a prioridade para sair e assim foi negociar com Vito. Houve entre eles uma pequena discussão e minutos depois, Lobo saiu da cozinha com a cara fechada e me fez um sinal com a cabeça em direção à rua. Mesmo tendo a prioridade para sair, e Boca tendo se oferecido para ficar no seu lugar, Lobo estava desconfortável com a decisão que tinha tomado. Parecia sentir-se culpado por ter deixado o amigo na cantina lotada. Mas o surf falou mais alto. Minutos mais tarde, rumávamos para o sul com duas 10’ feitas por ele, na capota da Vemaguette. ... segue

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