11 setembro 2007

Capitulo 9 - A última onda. Como foi contado por Tuco.


Capítulo 8... No meio do turbilhão, quase em desespero, emergiu Lobo. Por um instante, conseguiu pegar um pouco de ar e debatendo-se, logo foi aspirado novamente para o interior da espuma branca. Passaram-se intermináveis segundos. Comecei a remar, com aflição, na direção em que ele tinha desaparecido e ao mesmo tempo, tentava imaginar como iríamos nos ver em dois, numa mesma prancha. Foi então que ele surgiu novamente, em agonia, parecendo querer respirar todo ar do mundo de uma só vez. Comecei a gritar para ele nadar na minha direção. Disse-me que não conseguiria, que estava muito cansado. Mas começou a nadar e eu a remar até ele, para tentar coloca-lo na minha prancha. Numa situação assim, com ondas daquele tamanho, sempre estamos olhando para fora. Assim, enquanto remava, eu tinha um olho em Lobo e o outro no outside.
Foi então que avistei o pior. Lá fora, montanhas de água cinzentas, aglomeravam-se, umas sobre as outras, vindo na nossa direção. Se eu também perdesse a prancha, aí sim, não teríamos mais nenhuma chance. Girei-a rapidamente e comecei a remar com todas as minhas forças em direção a elas. A primeira onda crescia verticalmente já com espuma na crista, anunciando o inevitável. No meio da parede com o lip começando a projetar um tubo inimaginável, lancei minha prancha por cima e mergulhei profundamente para não ser arrastado pelo movimento da onda. E assim, a cada onda eu submergia o máximo possível, e depois voltava à superfície para respirar. Quando a série passou, nervoso e exausto, comecei a procurar pela minha prancha e por Lobo... segue

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