10 outubro 2007

Parafina.

Lobo esfregando possibilidades - Espectro Point - circa 1963

“Passar parafina na prancha, sempre foi ao longo dos anos, um ritual de preparação para entrar na água. Para muitos, é um momento quase sagrado, de reflexão e interação entre o surfista e a sua prancha. Enquanto esfregamos aquela barra melequenta no deck, nos conectamos com a prancha, tomamos consciência dela, enquanto o cheiro de côco, morango ou baunilha vai tomando as nossas narinas e o nosso inconsciente como o incenso na hora da meditação. Os cientistas provaram que os odores atuam na área da memória em nossos cérebros. Duvido que algum surfista, que sinta o cheiro de parafina em qualquer lugar do planeta, não seja imediatamente tomado por lembranças de momentos épicos, vividos no seu paraíso particular e interior. Realmente não consigo entender os surfistas que não usam a parafina, muito menos aqueles que fazem apenas um círculo de no meio do deck, limitando o espaço utilizável da prancha a uma área muito restrita. Deixam de explorar as outras partes da prancha, limitam o seu posicionamento a não mudar nunca, evitam descobrir outras possibilidades. Talvez o deck da sua prancha seja o reflexo da sua cabeça.”

Don Vito CascagrossaWavetoon legend

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