
Tenho que cair nesse mar! - Era a única coisa que passava por minha cabeça naquele momento. Esqueci das garotas e hipnotizado pela cena, fui caminhando até a beira da praia e permaneci ali parado olhando aquele momento mágico.
UAU! UAU! - O Rato parecia me chamar.
Virei rapidamente a cabeça em direção aos latidos. No canto norte da baía, em frente a uma casinha de madeira, estava o meu novo amigo, sentado esperando-me.
Fudeu! - Agora não tenho como escapar delas, pensei.
Relaxei e saí caminhando em direção a casa determinado a enfrentar a situação.
A porta e as janelas estavam entreabertas e da pequena chaminé saía uma fumaça branca em direção ao mar. O Rato, enquanto eu caminhava na sua direção, parou de latir e abanava o rabo sorrindo. Quem tem cachorro sabe do que estou falando.
Apreensivo, cheguei próximo à porta e empurrei-a levemente, olhei pela fresta e entrei. Ninguém lá dentro. Da panela sobre o fogão à lenha, exalava um cheiro agradável que fez minha barriga roncar. Fui até lá e levantei a tampa. A visão e o cheiro da feijoada fizeram-me salivar, mas minha cabeça estava conectada com aquelas ondas lá fora. O rango parecia pronto. Tapei novamente a panela, retirei-a da chapa e desliguei o fogão. Fui atrás da minha prancha.
A casa era bem pequena e simpática, tinha um dormitório com duas camas, um banheiro e uma sala conjugada com a cozinha. Mas assim como o Rato, ela estava em péssimas condições. Janelas emperradas, telhas quebradas, vazamentos diversos, assoalho solto e muitos outros problemas que detectei enquanto dava uma geral atrás da bóia.
Nada da minha prancha. Saindo pela porta dos fundos, enquanto eu descia a escadinha de acesso pude ver a ponta do bico da prancha embaixo da casa, projetando-se para fora.
Meu coração bateu feliz com o reencontro. Puxei a tábua com carinho, atirei a camisa sobre a janela e saí correndo na direção do pico, acompanhado pelo meu amigo Rato...continua
Nenhum comentário:
Postar um comentário