23 abril 2008

CANDICE - capítulo 13

Leia os capítulos anteriores Fiquei em êxtase! Séries após séries quebravam exatamente iguais junto ao canto do morro. Este, coberto por um mato de um verde intenso, contrastava com a maravilhosa cor daquela água. Lisérgico!
Tenho que cair nesse mar! - Era a única coisa que passava por minha cabeça naquele momento. Esqueci das garotas e hipnotizado pela cena, fui caminhando até a beira da praia e permaneci ali parado olhando aquele momento mágico.

UAU! UAU! - O Rato parecia me chamar.
Virei rapidamente a cabeça em direção aos latidos. No canto norte da baía, em frente a uma casinha de madeira, estava o meu novo amigo, sentado esperando-me.
Fudeu! - Agora não tenho como escapar delas, pensei.
Relaxei e saí caminhando em direção a casa determinado a enfrentar a situação.

A porta e as janelas estavam entreabertas e da pequena chaminé saía uma fumaça branca em direção ao mar. O Rato, enquanto eu caminhava na sua direção, parou de latir e abanava o rabo sorrindo. Quem tem cachorro sabe do que estou falando.
Apreensivo, cheguei próximo à porta e empurrei-a levemente, olhei pela fresta e entrei. Ninguém lá dentro. Da panela sobre o fogão à lenha, exalava um cheiro agradável que fez minha barriga roncar. Fui até lá e levantei a tampa. A visão e o cheiro da feijoada fizeram-me salivar, mas minha cabeça estava conectada com aquelas ondas lá fora. O rango parecia pronto. Tapei novamente a panela, retirei-a da chapa e desliguei o fogão. Fui atrás da minha prancha.

A casa era bem pequena e simpática, tinha um dormitório com duas camas, um banheiro e uma sala conjugada com a cozinha. Mas assim como o Rato, ela estava em péssimas condições. Janelas emperradas, telhas quebradas, vazamentos diversos, assoalho solto e muitos outros problemas que detectei enquanto dava uma geral atrás da bóia.

Nada da minha prancha. Saindo pela porta dos fundos, enquanto eu descia a escadinha de acesso pude ver a ponta do bico da prancha embaixo da casa, projetando-se para fora.
Meu coração bateu feliz com o reencontro. Puxei a tábua com carinho, atirei a camisa sobre a janela e saí correndo na direção do pico, acompanhado pelo meu amigo Rato...continua

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